terça-feira, 15 de março de 2011

The Vaccines - What Did You Expect From The Vaccines?


Impossível não mergulhar nesse admirável novo mundo da velocidade da informação, da ansiedade e da babaquice em geral. Evidente que essa banda já foi tema de um post aqui mesmo nesse blog. E que já foi ventilada como a melhor coisa desde sempre, blablabla. A própria banda, reconhecendo a inpossibilidade de entregar o produto que esperam, nomeou seu disco de forma irônica. Então, vou fingir que nunca ouvi falar de tais rapazes londrinos e acabei de receber meu CD (sou antigo), e deslacrei.

A sensação mais clara é que a produção deixou as nuances de lado e partiu pra apelação das compressões e volumes altos nos instrumentos, principalmente as guitarras. A banda ataca as canções com a energia necessária, e as melodias, simples, bebem na fonte de Ramones, bandas vocais dos anos sessenta (não muito diferente do som dos Raveonettes) e algum cheiro de punk Clash. E obviamente - desde o fato de nomear o disco de forma a revelar suas limitações - os Strokes. A diferença é que o Vaccines não emula o som do quarteto novaiorquino; realmente, alguem precisa avisar aos críticos cuja idade mental é de quinze anos (ou seriam realmente moleques escrevendo? hummm...) que músicas rápidas, roqueiras e grudentas não foram inventadas no Is This It?.

São onze músicas, incluindo as já conhecidas Wreckin'Bar e Post Break-Up Sex. Não dá pra imaginar moleques ouvindo isso e partindo loucamente para uma vida de drogas e rock e destruição. Mas na repetitiva porém verdadeira afirmação de que o pop vai se reciclando, talvez adicionando um folego que vai se perdendo, o album é muito válido. Rock delicioso, sem arestas, rápido e rasteiro. Como já falado, nuances não são a tônica aqui, então há uma certa linearidade que só evita a repetição pelo poder dos refrões e inspiração dos garotos. Dito isso, não ouvi nada tão efetivo na área indie-rock grudento em anos. Me lembra o caso da esquecida banda de Chicago Smoking Popes, que tocava na mesma base coberta pelo Vaccines, exceto pelos vocais de crooner. Eles não mudaram o mundo, mas tiveram uns dois bons discos antes da decadência.

All In White é um indício de que o Vaccines pode trabalhar um pouco fora de seu estilo rapidez/ganchos e incluir climas interessantes na fórmula. Mas aguardemos pelo próximo disco, que fatalmente será destruído pelos pós adolescentes críticos do mundão. Foda-se, ouça esse disco, os caras são bons. 8/10

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