segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Puro Instinct - Headbangers In Ecstasy


Já bombamos essa banda californiana aqui antes, e agora chega a hora da resenha do disco de estréia. E não estamos decepcionados com Headbangers In Ecstasy. As irmãs Kaplan podem chamar a atenção para a imagem de loiras californianas hipsters (explorada na capa do disco), mas há algo além de imagem na fórmula do Puro Instinct. Associadas á Ariel Pink, alquimista do som psicodélico-onírico americano, o disco é bastante coerente.

A vibração usada pelas irmãs é a de traduzir em música um tipo de imagem da Califórnia vista através das janelas dos carros, ouvindo rádios sintonizadas em soft rock. On drugs. Há uma certa falta de técnica para a construção de harmonias como a de um Beach House, por exemplo. Piper, a irmã mais velha, canta de forma chapada e doce. Skylar, a adolescente guitarrista, simplifica tudo ao trabalhar os riffs com delicadeza em Stilyagi. A repetição e os ganchos melódicos setentistas ganham dimensão com a forma quebrada da estrutura; algo entre a angularidade do pop britânico dos anos oitenta (embora elas adorem o pós punk tosco soviético) e os shoegazers menos as distorções.

Escape Foverer injeta alguns metais distantes mas o ritmo permanece como uma onda pouco oscilante, e aí Piper carrega a melodia com qualidade. Algumas vinhetas estão inseridas pelo álbum como a introdução de um DJ de alguma rádio ao som ácido da banda . Vapor Girls soa exatamente como o nome sugere: imagine a loirice das Skylar em uma brisa vaporosa, desvendando a beleza em pequenas brechas. Voce pode até se lembrar que o Warpaint é da região e caminha mais ou menos por esse caminho. Sinceramente, o Puro Instinct mija nas garotas do Warpaint, desculpem o linguajar. Aceite esse doce, vai bater; eu prometo. 8/10


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