sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Criolo Doido e os limites da arte periférica


Um fato comum na música independente brasileira - e a de São Paulo é o foco aqui- é a divisão entre os artistas de classe média e os da periferia. É certo que em dado momento há o encontro de públicos, mas somente quando a arte periférica começa a extrapolar os limites dos extremos geográficos da metrópole. Quando um Emicida consegue ganhar espaço em redutos dentro do "centro expandido", ele já caminhou arduamente e já é figura carimbada na perifa. Esse "delay" intriga exatamente porque hoje em dia é possível ter acesso a música de forma mais democrática.

Dito isso (e sabendo que a discussão geraria um texto bastante longo), há uma expectativa grande por parte desses mundos segregados pelo disco do Criolo Doido. Mais um produto da zona sul paulistana, o bairro do Grajaú, Criolo não é apenas rapper. O cara, assim como outros nomes do hip hop, é educador social, engajado na inclusão cultural da molecada local, capaz de construir e ouvir referências musicais diferentes, criador da Rinha dos MC's - duelo de rimas mais renomado em São Paulo, já participou de filmes...

O disco cheio do Criolo sai em Abril e é produzido por Daniel Ganjaman (um dos alquimistas do Instituto) e Marcelo Cabral. Precedendo esse trabalho, foi lançado o single em vinil Subirusdoistiozin/Grajauex. Prestes a romper definitivamente qualquer barreira, ouça aí embaixo as duas músicas citadas, mais um trecho da linda Não Existe Amor Em São Paulo, mostra da versatilidade do Criolo; Veja também a versão dele para Cálice, de Chico Buarque e Milton Nascimento, mostrando a percepção musical variada que se reflete em seu som.

* Agradeço a Tatiana Ivanovic e seu ótimo site DoLadoDeCá, que serviu de fonte para muitas informações do texto.


Criolo "Subirusdoistiozin" by danielganjaman

Criolo "Grajauex" by danielganjaman

Criolo "Não Existe Amor em SP" by danielganjaman

Nenhum comentário:

Postar um comentário