Esse trio de Manchester parece pertencer áquela classe de grupos da segunda divisão do pop britânico: apesar de uma discografia sólida e criticamente elogiados, são poucos seus seguidores. Nunca galgaram postos nas paradas britânicas, tornando-se assim um daqueles segredos cultuados por poucos. "Sky At Night" é o quinto álbum deles, e Guy Harvey (Elbow) co-produziu. Interessante notar que os conterrâneos do Elbow surgiram praticamente na mesma época, mas foram alçados á fama, pelo menos no velho mundo. John Branwell, vocalista e compositor do grupo é uma figura conhecida na cena musical mancuniana, tendo já militado em bandas da fase "Madchester", no final dos anos oitenta. Entretanto, sua linha de composição poética dark, nostálgica, e o acompanhamento melódico construído sob bases acústicas e arranjos que vão da delicadeza a grandiosidade nunca renderam ao I Am Kloot um público muito jovem. A verdade é que o som da banda realmente é mais adulto: Branwell parece um cantor de pub rock, contando estórias de forma embriagada: há uma certa ligação com companheiros do norte como o pessoal do Shack, mas sem a aproximação com as canções típicas do porto de Liverpool (Sea Shanties). Dá pra resumir que "Sky At Night" é o mais coeso dos albuns do grupo, sem abrir mão das suas principais caraterísticas: músicas que dão bastante espaço para os vocais de Branwell contarem pequenos contos, enquanto violões hipnoticamente conduzem o ouvinte, e as melodias vão se mostrando como que em camadas reveladas cirurgicamente. Talvez agora I Am Kloot receba um público maior; pelo menos é o que parece desejar a banda: eles incluíram a canção "Proof", que já estava presente no segundo álbum, como forma de introduzir a um novo fã um possível hit. 7,5/10
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