Os felizardos que já ouviram o disco de estréia (Vol.1) dessa paulistana esperavam ansiosamente por mais; naquele disco, já era possível notar a força das composições e a pungência com que Andréia disparava suas letras cheias de sentimentos difusos. Mas, o que se mostrava como uma feminilidade visceral se tornou também um som cru nesse "Vol.2". Já de cara em "Noites", ouvimos uma levada de riffs afiados, e versos mais ainda :"Noites tão vazias/ noites tão compridas/ noites de um eterno padecer". A versatilidade aparece logo em seguida, já que "Nós Dois" é uma balada que invoca outra conotação para o termo "brega": o sentimento cantado é real, sem rebuscamentos. Ao longo do álbum, canções levam o ouvinte a um universo intrinsicamente feminino: complexo, dócil e voraz, misterioso e atraente. "Sou mulher/ sou o mal/ que o diabo apostou/Jezebel, visceral...libidinosa, pagã, poderosa" canta Andréia em, bem, "Mulher". Estamos diante de uma artista que não usa imagens "lúdicas", "apreciativas", tão caras a cantoras comuns por aí. Aliás, "comum" não é a maneira de cantar de Andréia Dias: ela controla de forma habilidosa sua voz, que soa doce, frágil em um momento e segura, sarcástica em outra. Os "erres" paulistanos aparecem gloriosamente, normalmente suprimidos em nome da "musicalidade" do "erre aberto"; as grandes cantoras soam bem até em russo . Impossível ouvir isso aqui e não sentir a força brutal das músicas; na essência, apesar de flertar com o samba, com o iê-iê-iê, com Tom Zé e a vanguarda paulistana, "Vol.2" é o disco mais rock do Brasil esse ano. A menina do Grajaú tem um talento muito maior que a distância de seu bairro de origem para os Jardins. 8,5/10
boa! bela cantora,mais uma da nova geraçao..
ResponderExcluirnão mais uma.
ResponderExcluirmais.única.de uma geração.
que siga radicalizando signos.
Acompanho o trabalho dela há bastante tempo e poso afirmar que é um talento que esta sempre em evoluçao.Maravilhoso o seu trabalho!!!!!!Belas letras,arranjos e voz sublime.
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