quarta-feira, 14 de julho de 2010

O.Children - O.Children



Essa banda londrina me chamou a atenção. Primeiro pelo nome, que me lembrou a ótima canção do Nick Cave. Depois porque, pelas fotos promocionais, o vocalista parece ser o tipo de cara que facilmente nocautearia algum desavisado. Mas, vamos ao que interessa: impressões sobre esse debut. Primeiro, acredito que esses caras leram "Post-Punk For Dummies" ou "How To Form A Goth Band". Acho que esses livros existem. Anyway, checagem de requisitos: vocalista barítono: Ok; baixo trepidante: Ok; Uso indiscriminado de palavras como "Dead", "Soul", até mesmo "Radio": Ok; Sintetizadores: Ok; Ser blasé e dizer que, na verdade, não ligam muito pro Joy Division: Ok. Pronto, ajeite seu visual com roupas escuras e voila: nova sensação indie!!!! Sejamos justos, a sequência inicial de "Malo", "Dead Disco Dancer" e "Heels" é uma das mais efetivas ouvidas esse ano. Tentando relevar os clichês, há refrões pegajosos e climão dark. Ou, elas são melhores que a música nova do Interpol, por exemplo. Difícil é imaginar Tobias, o tal vocalista grandalhão, como um torturado poeta: mais simples dizer que talvez ele viva como porteiro de boate e tenha uma voz bem grossa, então pensou em escrever sobre seu dia complicado no trabalho usando um pouco (muito) de drama. O pop mainstream está recheado de gente calculando cada passo, produtores ou embalagens sem se preocupar com coisas "do rock" como legitimidade, verossimilhança ou (perdão) atitude. O.Children provavelmente calculou cada olhar sofrido mostrado, pensou em como a crise econômica mundial afetou o futuro dos jovens da Europa Ocidental, e como uma música "angular", melancólica e moldada pelo pop dos anos oitenta soaria hoje tão vendável, e então formaram a banda. Eles se arriscam nesse território volátil, o que pode significar que um segundo álbum nunca venha a acontecer(O Editors foi se tornando cada vez mais irrelevante - e eles já tem três álbuns). Também não dá pra desprezar a chance do O.Children se jogar de vez no dubstep da próxima vez. 6/10

Nenhum comentário:

Postar um comentário