sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Noala - Humo #resenha



A música mais extrema está bem representada no Brasil no momento; há bons lançamentos envolvendo a galera do punk/hc e também nas variáveis mais metaleiras. Basta prestar atenção em nomes como The Black Coffins,  Deaf Kids, Elma, Test, The Renegades of Punk, Lo-Fi, O Cúmplice, Facada, Os Estudantes, Morto Pela Escola e outros tantos que lançaram trabalhos relevantes nos últimos anos.

Mais uma adição à lista é o primeiro disco do Noala, confirmação de que a feiura de andamentos mais arrastados e instrumentais lamacentos pode ser inventiva. Com vocais inseridos como intervenções mais violentas de um tecido instrumental de engenheiro e um cuidado para evitar uma terrível maldição onanista da música pós-alguma coisa, Humo é, ao mesmo tempo, contemporâneo e verdadeiramente feio. Ou seja, as premissas básicas de qualquer banda de metal nova que se preze estão lá.

As paredes sonoras das guitarras se intercalam com ataques furiosos em Nostalgicca; Stuck in Gastric Tube é tão desconfortável quanto sugere seu título, com refrão mastigado e peso extra contendo um diálogo inserido com frases do tipo: “...For me god is a disease.”Canis Majoris experimenta ambientes de maior silêncio e espaçamento, preparando terreno para Snake Skin, muitos minutos de inventividade nos riffs (base areia movediça solo fumacento) e  algumas viradas de andamento; Ainda temos Humano vinga na História do Impossível, um hit no submundo do metal, Dataglove and Joysticks e seu experimentalismo 8-bit humanoide e o encerramento com Senil, pesadelo transformado em música sinuosa.

Basicamente, Humo apresenta uma coleção de canções com boas variações de tempo, timbragens cuidadosas, repetições indutoras, formando composições sólidas de sludge metal.Bobagem a recomendação “bom até mesmo pra quem não curte metal”. Afinal, quem não curte metal (não) é doente da cabeça. 8/10

Leia mais sobre o Noala no Noisey


Nenhum comentário:

Postar um comentário