O Black Keys nunca chamou minha atenção: surgiram no início da década passada, quando Jack White ainda tocava numa só banda, que gerou atenção e dezenas de similares medíocres (Von Bondies só é lembrada agora porque seu vocalista tomou porrada do White). O Black Keys não parecia melhor do que o Jon Spencer Blues Explosion, o que os tornava no máximo" interessantes", o que em se tratando de bandas de rock numa época de internet significa "obsolescência começa agora: 3,2,1....". O que nos leva a 2010, quando coisas tão ancestrais como Strokes e White Stripes petencem a uma outra geração, perdida em seus próprios jeans skinny. Então, "Brothers", quarto disco do Black Keys, poderia ser apenas mais um disco inútil. Poderia, porque de alguma forma a dupla de Ohio desenhou um caminho peculiar: ao invés de se perderem em referências cambiáveis e voláteis- tão queridas por críticos amantes do "novo" e que usam a palavra "Hype" de forma incorreta por serem pessoas francamente infelizes - insistiram no pensamento de sempre: tipo, a gente toca um rock básico, como blues de garagem tocado por brancos de subúrbio, e poe muita fé nisso, então porque mudar? Vamos tocar FUCKING LOUD! Ou algo menos enfático. Agora, que o disco é bom do começo ao fim, e que nem é constrangedor o papo de garotas perdidas e tal, isso é. Assim como a produção, que nem tentou soar como algo gravado em 1923 em busca de autenticidade. Que nada, tem até uns beats espertos por lá. Cara, poe pra tocar e se imagine no interior selvagem dos EUA, cruzando com garotas caipiras que se parecem com a Evan Rachel Wood. 8/10
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