quinta-feira, 3 de junho de 2010

Tulipa Ruiz - Efêmera



A mais nova cantora/compositora a surgir dessa conexao paulistana de músicos, produtores e coletivos frequentadores da parte mais perto do Centro da cidade, na rua Augusta: esse prêambulo pode induzir a pensamentos do tipo "muderno", "hypado", ou, mais diretamente: insolente. O bom é que nenhuma concepção resiste a audição de boas músicas. Então voce começa a perceber que, ei, tem muita gente boa nesse caldeirão. Believe the hype. Tulipa possui músicos na família e por consequência muitos amigos como CéU, Tiê, Mariana Aydar. Eles todos aparecem em "Efêmera", primeiro álbum da cantora paulistana via Santos e Minas Gerais. Não sei se Tulipa sentiu alguma dúvida em seguir a carreira artística de seu pai (Luiz Chagas), mas com composições tão boas parece óbvio que estamos diante de um talento natural. A fluidez das melodias só se reforça pelo vocal firme e letras espertas como na faixa título: "Congela o tempo pra eu ficar devagarinho/com as coisas que eu gosto e que sei que são efêmeras"; a delicada "Do amor" se desdobra levemente, e a voz de Tulipa vai se transformando num crescendo emocional. Fica difícil descrever um disco tão bom e brasileiro, ao mesmo tempo. São duas categorias meio excludentes (ou alguém leva a sério a MPB como a conhecemos, jocosa e auto-referente?). "Efêmera" faz companhia a belos discos de Tiê, Thiago Pethit, Karina Buhr, M.Takara e outros: cada qual segue um fluxo mental diferente, todos são bem resolvidos quanto ás suas influências e vão marcando espaço pelo talento. 7/10

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