Mike é de Seattle e escreve músicas delicadas e perturbadoras, é jovem mas parece mais interessado em música atemporal. Assina como Perfume Genius, e Learning é seu primeiro álbum. O que ouvimos aqui são composições de arranjos simples, vocais frágeis e montadas principalmente por notas levadas ao piano. Mike canta como o finado vocalista do Sparklehorse, um fio de voz filtrado por microfones abafados, escreve de forma melancólica como Elliot Smith, como se interpretado por Anthony Hegarty ou Rufus Wainright. A atmosfera criada é de estranheza, algo lúdico e ao mesmo tempo angustiante: as melodias são belas e variadas, mas não é como um passeio no parque em um dia ensolarado. Está mais pra um filme de Kieslowski, onde a humanidade e os sentimentos são pares imperfeitos vistos por uma ótica não manipulada. Há personagens aqui que andam pelas sombras dos subúrbios americanos, trailers e becos, sugestões de pedófilos suicidas e assassinatos (reais ou metafóricos). Improvável ouvir alguma dessas músicas em um comercial de carro, por exemplo. Perfume Genius não é para os fracos: o conteúdo disso aqui levaria um adolescente emo a um ato extremo e dramático: pegaria uma tesoura e violentamente cortaria sua franja. 7,5/10
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