segunda-feira, 24 de maio de 2010

Thiago Pethit - Berlim, Texas



Há algum tempo temos notado o surgimento de nomes interessantes na cena musical paulistana. Aliás, "cena" aqui não configura estilo semelhante, mas sim um conjunto de artistas e bandas que parecem possuir personalidade e talento, além de não reverenciar pesadamente o passado. Misturando influências locais e ligados no pop planetário, fogem do lugar comum, pavimentando um caminho mais aventureiro. Gente como Tiê, Tulipa Ruiz, Península Fernandes, CéU, Holger, Stephanie Toth, Babe Terror, Garotas Suecas...e Thiago Pethit, aqui apresentando seu primeiro álbum. Thiago é um compositor bastante autoral, fluindo por arranjos delicados e cantando com segurança temas de solidão, conflitos e incertezas. Há um clima intimista, enfumaçado, mezzo chanson, mezzo Tom Waits. Pode parecer demasiado "sério", para não dizer pretensioso, um compositor jovem acolher tais influências, mas não há espaço aqui para afetações: o título de uma das músicas é "Outra Canção Tristonha". Pethit constrói pequenas crônicas musicais, envoltas por violões, pianos e um belo senso melódico. Algumas músicas cantadas em inglês lembram o trabalho solo de Arnaldo Batista, pelo vocal frágil e poética romântica."Mapa-Múndi", "Forasteiro" e "Fuga N.1"são destaques, mas Berlim, Texas é um album sólido, pequena pérola que merece ser ouvida. 7,5/10


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