sábado, 20 de junho de 2015

O novo single do Supercordas é intoxicante



E um dos grupos favoritos da casa lançou música nova: o Supercordas botou na rede Maria³, canção que vai integrar o novo álbum, a ser lançado no segundo semestre. E não poderia ser melhor indício de que o trabalho poderá ser dos melhores do ano.

Os elementos tradicionais do Supercordas estão lá: beleza, poesia, riffs e ruídos estonteantes, construção cuidadosa. Mas talvez seja o refinamento dos elementos que faça de Maria³ tão boa: a introdução delicada desvenda só o suficiente do que virá, uma viagem emocional e sensorial arquitetada entre arranjos graciosos, um riff intoxicante e a letra de Bonifrate, cada vez mais próximo de um lirismo descritivo cheio de intuição. Temos o melhor uso do verbo "tuitar"na música brasileira até agora:

"Deslizou sobre o taco tonta e nua
E feito canteiro de obras debaixo da lua
Curte guardar uma arte que não conhecemos
Quer andar cantando mais e tuitando menos"

Os timbres também são importantes (como sempre foram): cada acorde, buscando a harmonia ou uma leve dissonância, é pensado e executado com amplitude. A canção é um arco, que carrega dentro de si uma pequena jornada turbulenta. Saca aquelas bandas que bagunçam sua memória, gerando uma mistura de contentamento e  melancolia sempre que você as ouve? Está aqui um exemplo disso. Maria³ é puro júbilo.

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