domingo, 9 de maio de 2010

The National - High Violet


Há alguns meses já havia certo grau de expectativa pelo lançamento do quinto disco desse quinteto baseado em Nova Iorque. Depois de receber boas críticas de seus primeiros três álbuns, o National começou a flertar com o sucesso fora da esfera cult com "Boxer", de 2007. Basicamente o álbum mostrava a banda confiante em vestir as suas influências sem medo de soar genérica, com uma tendência a grandeza dos arranjos e da produção polida:se antes o National soava como um Tindersticks americano, naquele album a tensão de guitarras pós punk se unia a escalas comparáveis ao rock de arena do U2.Se não escalou a parada da Billboard, pelo menos fez o som deles ser conhecido por um publico mais abrangente (sim, Obama é fã).Dessa forma, o buzz pelo novo lançamento era bastante alto: The National conseguiria fazer um disco ainda melhor? E haveria relevância nesse universo pop tão veloz? A resposta começou a ser dada com Bloodbuzz Ohio, o primeiro single: apesar de soar grandiosa, não há sinais de produção limpa de "Boxer".Ao invés disso, o ar de melancolia do barítono de Matt Berninger é acompanhado de uma banda afiada, numa canção com adorno emocional comparada ao de um Arcade Fire. Mas "High Violet" surpreende ainda mais quando ouvido como um álbum, mais do que um punhado de músicas juntas: a qualidade das composições é realçada pela diversidade de andamentos; "Terrible Love" é simples, pungente com seus riffs insistentes de guitarra; "Sorrow" é marcada pela bateria marcial e letra derramada:" I live in a city sorrow built/ Sorrow waited Sorrow won" .Fica difícil dizer qual música merece mais destaque, tamanho o nível mantido pelas onze faixas. As letras são ainda mais introspectivas, demonstrando sentimentos de angústia e melancolia. A diferença é que o National parece ter atingido um caminho virtuoso de equilibrio, em que as composições são maduras e consistentes, sem perder a espontaneidade e energia. Tal qual sua discografia, de crescimento orgânico e constante. Para fãs de guitarras e composições adultas, será difícil ouvir melhor álbum nesse ano. 8,5/10


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