domingo, 16 de janeiro de 2011

Burial, o Proto- James Blake


James Blake está carregando a esperança pop britânica esse ano. Com seu álbum de estréia já gerando um grande fórum global de discussões em blogs e revistas:( é ótimo? é uma decepção? é um gênio? é uma enganação?). Realmente, a crítica musical inglesa pretende que Blake seja a face mais acessível de anos trabalhados em gêneros e sub-gêneros da eletrônica, mas que nunca verdadeiramente ultrapassaram a barreira para o mainstream.

James Blake é pianista e bom vocalista, além de produtor. Possui boa imagem, pode ser mesmo bem sucedido nesse novo estilo mais quieto de se fazer música. Mas é difícil imaginar o novo darling existindo sem a presença de Burial. Quem é Burial? Produtor do sul de Londres, avesso a entrevistas e aparições públicas, o músico foi talvez um dos primeiros a trazer elementos do underground para audições que poderiam se metamorfosear em um tipo de pop intrigante.

Seus dois álbuns foram altamente aclamados pela crítica - Burial (2006) e Untrue (2007), embora tenham falhado em escalar as paradas no Reino Unido. De fato, surgindo de uma tipagem sanguínea de Drum'n'Bass, 2-step, garage, house e ambient (a grosso modo, a fórmula química do dubstep), Burial construiu uma personalidade sônica bem definida: batidas quebradas e entrelaçadas, baixo fantasmagórico, efeitos vocais, desenhos melódicos imprevisíveis, teias sonoras de raiz dark e espaçada. Sedimentou um caminho para que, dentro desse universo, surgissem elementos diferentes. Tornou palatável - e atraente - um arquétipo sonoro que poderia encaixar muita coisa. Crooners como James Blake e Jamie Woon, por exemplo. O último já recebeu um remix de Burial.

Traçando um caminho inverso ao pessoal da eletrônica dark americana - que tenta ser o mais distante possível da aceitação, a começar pelos nomes inpronunciáveis das bandas - o pop eletrônico inglês parece se aproximar do mainstream através de figuras que adicionam ao mix do dubstep doses de soul. O sucesso bastante provável desses nomes só aumenta a importância dos álbuns de Burial.



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