quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Little Dragon - Ritual Union


Em um mundo pop habitado de forma populosa por bandas de origem eletrônica com pés nos aspectos etéreo e cerebral - com resultados enormemente diversos em qualidade - mas contando com a condescendência da crítica, que acredita estar diante de algum tipo de sofisticação e inteligência musical acima do seu usual indie de guitarras, colocando quase tudo no mesmo patamar -, é raro ouvir algo que realmente permite alguma sensação residual. Aqui se enquadra o grupo sueco Little Dragon, que chega ao terceiro album com a mais consistente coleção de canções de sua carreira.

Trabalhando com beats secos e intervenções de teclados com economia, a banda reverte uma tendência de entusiasmo com novas tecnologias que leva produtores e músicos a perder o ponto ao utilizar ferramentas eletrônicas; a música do Little Dragon se baseia em estrutura pop sólida (músicas boas e variadas) e uma vocalista capaz de cativar o ouvinte. O adorno eletrônico é usado com inteligência. Simples e efetivo. A faixa título abre o disco reunindo elementos minimalistas; Shuffle A Dream, um synth-pop mais marcadão ainda assim não abusa dos efeitos e deixa Yukimi Nagano destilar sua habilidade de controle e entrega vocal. Precious é uma vagarosa peça misteriosa, uma canção que mostra o que uma boa química pode fazer por uma banda: o jogo entre as batidas e teclados funciona criando uma dimensão maior do que os esparsos elementos utilizados sugerem.

Ritual Union satisfaz plenamente o fã do electro-pop ao prestar especial atenção aos detalhes e deixar o exagero de lado, focando em composições sólidas. 7,5

Little Dragon 'Ritual Union' (Live on Fallon) from lentetijd on Vimeo.

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