Naná Rizzini já havia lançado um EP chamado Bacon Eggs que chamou a atenção pela diversidade e apelo pop das canções. Pegada rocker e boas batidas eram os ingredientes daquele material. Baterista de formação, Naná desenvolveu canções mais robustas para seu álbum de estréia, I Said. Com o auxílio do produtor Plínio Profeta e de gente como Tiê, Pedro Granato e Karina Buhr, I Said possui dez canções bem resolvidas e estilisticamente diversas.
I Don't Care abre o disco mesclando vocais processados e guitarras sujas, com batidas marcadas: um pop dançante e áspero, com cara de hit. A sequência de Vertigem (rock quente de toques psicodélicos) e a balada Triste (climática, dark) começam a mostrar ao ouvinte que Naná maneja com habilidade aspectos musicais diferentes. Better Than Nothing volta ao pop, dessa vez com toques ensolarados. Homenagem, composição em parceria com Tiê, é uma música sinuosa e cheia de fumaça, intoxicante. Estúpida ganhou um clipe caprichado e também capricha nos arranjos. Stop Spending volta ás batidas dançantes e divertidas; Nice Figure, Dangerous Heart é um rock de sotaque indie nas guitarras e gruda como chiclete. As duas últimas canções não poderiam ser mais diferentes: a minimalista Busy In The City é seguida do funk de guitarras processadas de Ciranda do Incentivo (composição de Karina Buhr).
Temos aqui uma coleção de músicas que se insinuam em diferentes vertentes, mas possuem uma amarração que vai além da produção acertada: Naná não atira para todos os lados por falta de personalidade; I Said soa bastante consistente e talvez apenas reflita a personalidade musical da compositora: despojada, de veia rocker mas com dois pés no pop. 8/10
Baixe o disco no site oficial da Naná.
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