A nossa lista de melhores de 2012 logo será publicada. Começamos aqui a apresentar resenhas de discos que estarão na lista: Leia mais
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Perfil: Mike Skinner
Matéria originalmente escrita para o Garage Project e publicada em 2011, revisada agora:
Mike Skinner é um produtor, rapper e artista multimídia inglês. Seu projeto The Streets rendeu cinco álbuns e uma mixtape desde 2002 até agora. Mas Skinner não é apenas um cara fazendo música: desde que estreou em 2002, se tornou uma espécie de artista com o conceito de faça você mesmo no sangue, controlando e realizando estratégias de carreira. Além disso, produziu todos os discos sozinho. Original Pirate Material, seu debut, mostrava novos caminhos para o garage/hip hop britânicos, incluindo principalmente as letras de Skinner contextualizando toda a cultura de clubes noturnos e a relação dos jovens no início daquela década.
O lance é que o disco Computer And Blues, lançado em 2011 foi o último de sua carreira. The Streets chega ao fim. Mas é emblemático de como um sujeito talentoso usa novas ferramentas de forma criativa: durante o processo de composição, Mike ia postando em sua conta no twitter alguns versos, dúvidas ou links para seu canal no Youtube. Para os fãs, foi como participar ativamente desse processo não apenas como observador, mas sendo capaz de dialogar com o artista. Os vídeos postados na web incluíam pequenos filmes, pedaços de músicas, e até mesmo uma resposta a um elogio de um jornalista. Mike escreveu, produziu, mixou, foi engenheiro de som e masterizou sozinho o disco.
O próximo passo para Skinner é um filme, que ele está escrevendo. Numa entrevista para a BBC, questionado se o filme era só um projeto ou realmente aconteceria, Mike argumentou que sua carreira musical foi toda realizada de forma independente, somente suas ideias colocadas em prática por ele mesmo. “Talvez demore dois anos, e a gente filme enquanto a roteiro vai sendo escrito, reescreva e faça vários takes, porque é assim que eu sempre criei música.” Outra fonte de criação futura é seu canal de vídeos do Youtube, embora não esteja claro o que poderá pintar por lá. Agora em 2012, saiu o primeiro álbum do The D.O.T., banda de Mike com Rob Harvey, ex The Music. Além disso, o livro de memórias "The Story of The Streets" foi lançado e causou ótima impressão pela forma com que o autor conseguiu fazer a transposição de sua verve mostrada em versos para a literatura formal.
Uma frase bastante importante do Mike Skinner, sobre o jeito faça você mesmo: ” Se eu fosse utilizar um estúdio profissional para gravar esse álbum (Computer And Blues), custaria milhões, porque eu estava literalmente no estúdio todos os dias, por anos”. Importante: o cara realmente montou um estúdio próprio, com mesa de mixagem e tudo o mais. O que começou, em 2002, com um disco produzido apenas com um computador (um Mac equipado com o software Logic), o levou aos poucos para a necessidade de outros equipamentos: ele explica que a diferença entre produzir em casa com poucos recursos e possuir um estúdio é que a produção caseira é mais trabalhosa. Agora, Mike começa o processo de criação utilizando um Mac com o Ableton Live. Também utiliza o Wavelab e a mesa de mixagem SSL Duality.
A figura do produtor: “ O produtor é aquele cara que administra criativamente o processo. Mas eu venho do mundo da dance e do hip-hop, onde o produtor é também o cara que escreve as músicas… então o produtor é meio que o faz-tudo.”
Abaixo, o vídeo com a entrevista do Mike sobre técnicas de produção (em inglês):
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Holger - Ilhabela
Depois de estabelecerem uma espécie de pegada festeira e tropical dentro do anglófilo indie rock brasileiro, o quinteto paulistano Holger chega ao segundo álbum ainda mais inspirado: Ilhabela é uma coleção de canções recheadas de sentimento. Não o tipo de sentimento de tristeza por não viver em uma cinzenta, fria e sombria Londres como um deprimido recalcado, mas um sentimento de orgulho por poder desfrutar de turnês pelo Brasil (e também no exterior) e aglutinar tantas referências em seu som sem desmanchá-lo em pedaços inaudíveis. É um retrato fiel de uma banda "despojada", mas não a ponto de negligenciar detalhes técnicos das canções ou de recusar a influência de sons latinos, africanos, puramente brasileiros ou da eletrônica gringa.
Entre Tonificando e sua batucada e as guitarras quebradas - numa vibe Luiz Caldas via Tom Verlaine - espalhadas pelas doze faixas, Ilhabela amplifica a sensação de uma banda operando em alto nível: é uma viagem de verão movida a brisas diversas encapsulada em forma de música. Uma das coisas interessantes sobre o Holger é a aparente facilidade que encontram para criar cenários sonicamente expansivos, encontrando pequenos espaços que surpereendem o ouvinte: Another One traz bela melodia reflexiva, mas a referência a Roll Another Number (For The Road), do álbum Tonight's the Night, de Neil Young, não poderia ser mais tortuosa. Enquanto o compositor canadense tenta espairecer seus pensamentos pesados ao pegar estrada acendendo um baseado, os caras do Holger estão mais relaxados, sem deixar de refletir.
Infinita Tamoios (grande nome, afinal a inspiração do álbum é uma viagem para o litoral paulista, acessado pela estrada citada) é uma grande orgia carnavalesca: "Praticar o amor/o amor sensual/polinizar a flor/do amor tropical". A música conta com a participação de Liliana Saumet, dos colombianos do Bomba Estéreo. Me Leva Pra Nadar traz o nível exato da zoação e da beleza de uma curtição de verão em versos como: "Deixa tudo boca livre/no buraco da glória/se o calor te deixa foda/então me leva pra nadar." Indeed. Importante notar que se a guitarrada paraense, a cumbia, o axé e sutis toques eletrônicos surgem aqui e acolá juntamente com o DNA roqueiro do início de carreira, não há diluição preguiçosa ou mesmo a pretensão de ser o perfeito crossover do pop global; quem já presenciou as apresentações do grupo percebe que certo ar anárquico e juvenil permeia o ambiente. Essa leveza contribui para a fluidez de Ilhabela.
O segundo disco do Holger é a prova de que a música "indie" brasileira não precisa andar em círculos quando temos um arsenal de música boa, do mundo inteiro, nos rodeando. Esses caras ouvem essa música com curiosidade empolgante, e transformam isso em uma bonita transa de vibrações positivas. A trilha sonora definitiva do verão, e esse é provavelmente o elogio mais adequado. 8,5/10
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Baixe a nova mixtape do Flow MC
O melhor MC do Ipiranga, ZS da capital paulista está de volta: a mixtape SensaFLOWnal conta com participações de Shaw, Emicida, Rashid entre outros, e beats de André Laudz, DJ Caíque e mais um grande time de beatmakers. KL Jay marca presença com scratches na música Muleque Problema. Acesse o link para baixar o disco e ser feliz: aqui ou aqui.
segunda-feira, 5 de novembro de 2012
A volta do Foals: assista ao vídeo de "Inhaler"
A banda inglesa Foals se prepara para lançar o sucessor de Total Life Forever (2010). O terceiro álbum do pessoal de Oxford se chamará Holy Fire e sairá em fevereiro de 2013. Inhaler, o primeiro single, ganhou um belo vídeo que você assiste abaixo. Diferentemente das canções mais low profile de Total Life Forever, a música nova possui um refrão grandioso. Parece uma dinâmica entre a fluidez de Antidotes (disco de estreia, de 2008) e as intrincadas tramas do disco anterior, sem abandonar a fórmula funk branco/math rock/pop do quinteto.
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