quinta-feira, 14 de abril de 2011

No Joy - Ghost Blonde


O disco de estréia desse pessoal de Montreal saiu no final do ano passado. Acho que injustamente ficou perdido na teia de bandas que resgatam as distorções de guitarra e vocais enterrados, naquela pegada noise-pop, shoegazer. Formada pelas garotas Jasmine White e Laura Lloyd, Ghost Blonde é um excelente album debut. Agora como um quarteto, a banda não arranha as referências mais óbvias de quem encontra felicidade na equação barulho e melodia. Ao contrário de revivalistas que se contentam em colecionar pedais e fazer pose de Jim Reid, o No Joy possui um som encorpado e entrega intuitiva.

Mais do que colecionar clichês, a mágica aqui disposta em dez faixas é exatamente condensar as qualidades de bandas como My Bloody Valentine (psicodelia sexy), Jesus And Mary Chain (bubblegum noise), Slowdive (hipnótica levada), Lush (pop), Sonic Youth de Daydream Nation (riffs espasmódicos/cósmicos) agregando garagismo e agressividade. Citando uma banda conterrânea atuante, seria como um Besnard Lakes mais direto e juvenil.

Ao invés de gerar nostalgia e talvez desagrado aos que viveram e reverenciam a música do final dos anos 80 e início dos 90 - e não são poucos, pela quantidade de blogs e fóruns dedicados encontrados pelo mundo - o No Joy apresenta a um público novo a sua própria energia de banda nova, reabrindo o interesse pelo momento em que o barulho se tornou parte indissociável da melodia. E voltar no tempo para escavar origens é um efeito que só quem possui talento pode causar em fãs mais jovens. Com o apoio de Bethany Cosentino (Best Coast, companheiros de selo, o Mexican Summer) e integrando o projeto Noisey, da revista Vice, o No Joy pode levar Ghost Blonde a um reconhecimento maior. Bring the noise AND the sweet melodies, guys. 8,5/10

Nenhum comentário:

Postar um comentário